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Irão

Mesquita Nasir al Molk e Persépolis, as duas pérolas de Shiraz

Foi uma fotografia da Nasir al Molk mosque, ou mesquita cor-de-rosa, que vi há alguns anos atrás que despertou o meu interesse pelo Irão. Acho difícil ficar indiferente àquelas cores e arquitectura. Todo o cenário parece saído do livro das Mil e Uma Noites. E por isso mesmo, não podia estar mais entusiasmada para ver a mesquita mais bonita do Irão, talvez do mundo, com os meus próprios olhos.

E devo dizer que correspondeu a todas as minhas expectativas. Só tivemos o azar de visitar Shiraz no Norwuz, o ano novo persa, e consequentemente a altura com mais turistas (iranianos) no Irão. A ti, recomendo-te chegares um pouco antes das oito da manhã, para garantir que tens a mesquita só para ti e que podes tirar foto incríveis!

Nasir al Molk

Depois de pagarmos o preço turístico de 5€ para entrar, foi altura de nos deixarmos embasbacar por cada canto desta obra-prima. Logo à entrada há um espelho de água que reflecte perfeitamente a mesquita. Os azulejos são pintados com um detalhe exímio e as formas geométricas são únicas.

O interior da mesquita, apesar de já estar um pouco cheio, é um lugar que dá para contemplar durante horas. Deixo as fotografias falarem por mim!


Quando saímos, para uma cidade ainda adormecida, lá conseguimos descobrir um lugar para tomar o pequeno-almoço num cantinho onde ninguém falava inglês. 1.6€ para os dois.

Ainda andámos até à Hafez Tomb, um lugar sagrado naquela cidade, dedicado ao mais adorado poeta persa. Às 10 da manhã já estava demasiado cheia para visitarmos, mas se fores ao Irão numa época “normal”, recomendo-te a entrar.

Persépolis

Tínhamos combinado com o Moji (o nosso host) e com um amigo dele que íamos a Persépolis nesse dia. Tal como o resto da cidade estava a abarrotar, mas não podíamos deixar de visitar este marco histórico.

Uma vez que toda a gente dizia que nós (eu e o meu amigo) parecíamos iranianos, o Moji comprou 4 bilhetes para iranianos e, como que por milagre, passámos todos sem nos terem dito nada. Eu com as minhas roupas todas coloridas e algo “curtas” devo ter passado como uma iraniana rebelde.

Persépolis pode traduzir-se como “Cidade dos Persas” e foi capital do Império Persa entre 550–330 BC. As suas ruínas são impressionantes e não é todos os dias que se passeia por um lugar que foi destruído por Alexandre, o Grande!

E foi com um grande escaldão que nos despedimos de Persépolis e fomos almoçar a um dos “restaurantes” mais fixes que já vi! Era uma mistura de restaurante e jardim, onde em vez de mesas havia umas mini cabaninhas, com umas carpetes no chão onde podíamos relaxar e comer. Um sítio todo fino, com pratos deliciosos pela modica quantia de 4 euros a cada! Que sonho!

Mas infelizmente o nosso tempo em Shiraz já estava a chegar ao fim e já só conseguimos ir a casa, tomar banho, jantar com a “nossa” família e despedirmo-nos entre muitos abraços, beijinhos e promessas que voltaríamos ao Irão!

É difícil de expressar a nossa gratidão pelo que esta família fez por nós a troco de nada (vá, um postal e um íman…). Mersi!!

Diz lá que não são os melhores?

Um olhar sobre o Irão antes da revolução

Enquanto passeávamos pelo centro de Shiraz, decidimos parar no Café Arg para descansar e beber um suminho. Este café é especial, porque era uma casa normal e quando a proprietária morreu foi transformado em café, mas o interior continua igual ao que era.

Para além de ser um espaço interessante, em conjunto com o menu os empregados trazem os álbuns da família. E que choque! Parecia que estava a ver os álbuns dos meus pais, mas com mais mulheres com monocelhas! Até 1979 o Irão parecia um país europeu. As roupas, os costumes… a Revolução Islâmica transformou drasticamente o país para aquilo que é hoje.

A nossa paragem seguinte foi Kerman e uma viagem de dois dias de jipe no deserto!!

Alfacinha germinada e cultivada num cantinho à beira mar plantado, a Inês tem uma certa inquietação que não a deixa ficar muito tempo tempo no mesmo sítio. Fez Erasmus em Paris, trabalhou em Istambul e em Portugal, fez um mestrado em Creative Advertising em Milão e agora trabalha no Reino Unido. Viajar, criatividade, cozinhar, dançar e ler são algumas das suas paixões. A combinação de algumas delas deu origem a este blog, o Mudanças Constantes. Bem-vindos!

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