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Filipinas

Será Palawan a melhor ilha do mundo? El Nido (2/3)

El Nido teve uma mão cheia de coisas boas e alguns dedos de coisas más. Mas vamos primeiro às boas!

Ao contrário de Coron, El Nido tem mais para ver do que as ilhas à sua volta. Aqui, uma das melhores coisas a fazer é alugar uma mota e ir até a praias mais longínquas e solitárias. Nomeadamente: Nacpan Beach e Las Cabañas Beach.

A praia de Nacpan é a típica praia paraíso: com areia branca, palmeiras e água morna. No meio da praia há um jetty (um bar flutuante) que na altura em que nós fomos era gerido por duas crianças e uma mãe.

Dá para ir até lá ao fundo e subir a um miradouro. O jetty é a coisinha castanha que aparece no meio da água.

Quando nadámos até lá estava vazio, mas passados uns 15 minutos apareceu um miúdo com os seus 9 anos, numa espécie de kayak, que conseguia levantar paletes de cerveja sozinho, mas com algum esforço. O Jimmy lá o ajudou e passado mais algum tempo veio o irmão mais velho que devia ter uns 13/14.

– pausa na história –

O Jimmy foi um moço que eu conheci em Manila (Junho) e com quem me dei bastante bem. Tão bem que até hoje (Outubro) ainda estamos juntos.

– continuação da história –

Ficaram logo muito amigos e como ele, ao contrário de mim, tem jeito para crianças foi-se pôr a fazer competições de flexões e mortais com os putos. Eu, que sou mais lontra e desconfiada no que toca a menores de idade, fiquei na minha a apanhar sol e a nadar.

Passadas algumas horas lá decidimos voltar para terra principalmente porque estávamos a sofrer uma invasão de mini alforrecas. Não eram venenosas, na verdade até eram bastante fofinhas, mas vinham aos milhares! Claro que os miúdos estavam habituadíssimos e andavam a coleccioná-las tal como eu fazia com as pulgas-do-mar quando era criança.

Las Cabañas, o melhor pôr-do-sol da ilha

A primeira vez que fui a Las Cabañas foi um amigo australiano que tinha conhecido em Coron que me levou lá. E passou a ser o meu lugar preferido em El Nido. A praia tem uma vista fantástica sobre vários ilhéus a circundam e o pôr-do-sol é assim:

Em 15 minutos de mota chegas a Las Cabañas a partir e El Nido.

Tour A & C

É aqui que começam as coisas menos boas de El Nido. Apesar das tours te levarem a sítios lindíssimos, há uma gigante massificação do turismo, os preços aumentam todos os anos e as praias e lagoas estão demasiado cheias de gente para teres uma experiência tão boa como em Coron ou Port Barton.

Mesmo assim acho que vale a pena fazer uma ou duas tours (eu fiz a A e a C, as que toda a gente recomenda como sendo as melhores) e não me arrependi. A minha preferida foi a A porque podemos andar de kayak e achei que, em geral, os lugares a que nos levaram foram mais surpreendentes.

Tour A: Kayak e melhores paisagens

A caminho da Big Lagoon

Big Lagoon
7 Commando Beach
Encontrámos uma gruta privada 😉
Remar, remar em direcção à Small Lagoon (criatividade nos nomes = 0)

Tour C – Snorkeling e Praias

 

Ponto de partida
Consegues ver a quantidade de coletes laranja?! São chineses que não sabem nadar!

Como podes ver as cores da água são incríveis e parece-me que eles têm feito um grande esforço para manter a poluição fora das suas praias e águas – o que é algo bastante notável no sudoeste asiático. O snorkeling também não é nada mau, principalmente na Tour C. Encontrámos tartarugas, chocos e montes de corais lindos 🙂

E agora as coisas menos boas…

Para além da quantidade de turistas e preços mais altos do que o resto das Filipinas, El Nido tem qualquer coisa no ar ou na água que me deixou mal disposta desde o dia em que lá pus o pé até ao dia em que de lá saí. E não fui só eu! Não conheci ninguém que tenha saído 100% impune a El Nido e isso estraga um bocadinho a experiência de visitar este lugar. Para além do sentimento de náusea constante, o facto de não conseguires comer nada leva-te à exaustão e durante 4 dias parecia que estava sempre sem forças.

O mais curioso foi que mal me pus na carrinha com ar condicionado para ir até Port Barton comecei-me a sentir imediatamente melhor e quando lá cheguei a náusea tinha passado. Não sei se era um vírus, bactéria ou simplesmente comida que se estraga devido aos constantes cortes de electricidade, mas aconselho-te a levar vários comprimidos para enjoo/diarreia.

E uma mudança espontânea 

Depois de 4 meses contínuos de viagem estava extremamente cansada, tanto física como emocionalmente. E apesar de não querer voltar para casa estava a precisar de ir para um país onde nem tudo fosse uma incerteza, onde as coisas são mais planeadas e espectáveis. Por isso decidi ir para o Japão. Já tinha os meus bilhetes para a Indonésia comprados, mas não estava minimamente entusiasmada com a perspectiva de viajar até lá e como achei que esse era o sentimento errado para encarar um novo destino decidi mudá-lo.

Claro que a Indonésia continua nas minhas prioridades de sítios a visitar, mas não me arrependo nada da minha escolha. No Japão tive a oportunidade de parar e recalcular. De criar uma rotina, nem que seja só por 10 dias, num sítio cheio de pessoas espectaculares.

Dicas rápidas

Nacpan Beach: A praia tem 4km e fica a cerca de 45 minutos de mota a partir de El Nido. O custo de uma mota para um dia fica entre os 600 e 700 pesos, por isso o melhor é partilhares com alguém. Nós alugamos numa bikeshop perto do hostel Our Melting Pot e não tivemos nenhum problema. A estrada até lá é tranquila, excepto a última parte que consiste num caminho lamacento. Se não tiveres muita experiência com motas, podes sempre ir de tuk tuk (é possível dividir até 3 pessoas).

Ao entrar na praia, há uma barraquinha onde tens que te registar e pagar dois ou três euros. Fica com o papel que te dão porque te vai servir para todos os outros sítios que vais visitar em El Nido e podes tentar negociar o preço das tours uma vez que já tens essa taxa paga.

Alojamento: Não fiquei em nenhum sítio brilhante, mas o hostel Our Melting Pot é bom para conhecer pessoas e se ficares num quarto de 2 ou 4 não é mau. Eu tive o azar de escolher o de 6 sem perceber que eram beliches de 3 pessoas o que não é muito conveniente.

Wifi: a internet em Palawan é de bater com a cabeça nas paredes, contudo há um café/restaurante onde toda a gente vai para ter uma ligação decente, o ArtCafé. Também têm o melhor pão de toda a Ásia.

Transporte: De Coron para El Nido existem alguns ferries por dia e ao contrário também. Para Port Barton e Puerto Princesa a melhor opção é ir de autocarro. Podes ir a várias “agências” – normalmente barraquinhas – e perguntar os preços, eles tratam da marcação e vão-te dar um papel ranhoso para entregares na estação de autocarros (cerca de meia hora a pé do centro).

El Nido também tem um aeroporto (onde só vão aqueles aviões a hélice) e Puerto Princesa tem um aeroporto a sério com aviões a sério.

Tours: Marcámos as tours através do nosso hostel, mas ouvi dizer que a Caera Travel&Tours também é uma boa aposta. Todas as tours incluem almoço (muito bom!) e equipamento de snorkeling. Os preços começam nos 1100 e vão até aos 1500 php.

Alfacinha germinada e cultivada num cantinho à beira mar plantado, a Inês tem uma certa inquietação que não a deixa ficar muito tempo tempo no mesmo sítio. Fez Erasmus em Paris, trabalhou em Istambul e em Portugal, fez um mestrado em Creative Advertising em Milão e agora trabalha no Reino Unido. Viajar, criatividade, cozinhar, dançar e ler são algumas das suas paixões. A combinação de algumas delas deu origem a este blog, o Mudanças Constantes. Bem-vindos!

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