Depois de ter estado na Tailândia e Malásia e de ter passado 3 semanas nas Filipinas, apetecia-me tudo menos passar os dois meses seguintes da minha viagem entre tuk tuks, intoxicações alimentares e regatear preços. Por muito espectacular que o Sudoeste Asiático seja, precisava de uma pausa. E foi assim que troquei o meu destino seguinte (Indonésia) pelo Japão.
Como os preços no Japão são “upa upa” decidi começar por tentar a minha sorte no Couchsurfing em Tóquio. Correu muito bem e consegui arranjar um host muito rapidamente! Ele foi o melhor guia que eu podia ter arranjado. A hospitalidade dos Japoneses chega ao ponto de te darem a própria cama e dormirem no chão só para estares mais confortável… Em troca fiz lulas guisadas – o melhor que consegui arranjar!
Em Tóquio as atracções que visitei foram sempre muito low-profile, nada de lutas de robots ou cafés de gatos, devido à falta de fundos na conta bancária. Por isso, neste post ficam os meus sítios low-cost preferidos!
Parque Ueno
O primeiro sítio que visitei em Tóquio! Quando andava a pesquisar sobre a cidade, descobri que no Parque Ueno existem voluntários que fazem visitas gratuitas ao parque. Como a palavra “gratuito” é uma das minhas preferidas, decidi ir espreitar.
Quando lá cheguei descobri que a voluntária era uma senhora com os seus 65 anos e um inglês duvidoso, mas não podia ser mais amorosa! Um grupo de 15 pessoas juntou-se para a tour e lá fomos nós passear pelo jardim, pelos templos e por vários anos de história do Japão.
Na Primavera este é um dos sítios mais famosos da cidade para ir ver as flores de cerejeira. Durante a nossa visita descobrimos que o parque inicialmente era parte integrante do Templo Kaneiji, um dos maiores de Tóquio. Este templo foi construído a Nordeste da cidade para a proteger (e ao Palácio Real) do mal.
Tudo sobre as tours neste link. Perto do parque existe uma zona chamada Okachimachi cheia de street food, incluindo Takoyaki!
Mercado do Peixe
O Mercado de Tsukiji é o maior mercado de peixe do mundo e uma das maiores atracções de Tóquio. São centenas de banquinhas e comerciantes a vender peixe fresco, seco, cru e cozinhado! Infelizmente, por causa dos Jogos Olímpicos, este mercado de 80 anos vai mudar para outro lugar.
Por enquanto deixo-te este link útil com informações sobre como ver o leilão dos atuns. Eu não consegui ir porque tens que ir para lá às 4 da manhã e o meu host vivia a uma hora de Tóquio!
Asakusa
Em todo o seu esplendor, o complexo do Templo Sensoji, ergue-se orgulhoso no meio de Asakusa. Esta é uma das zonas mais famosas da cidade e turistas brotam de todas as direcções. Para mim, é um sítio a visitar durante o dia, para sentir a confusão e ver todas as lojas abertas e para visitar durante a noite quando as ruas estão vazias e para poderes ler a tua sorte à vontade! (o meu papel desejava-me uma má sorte terrível!)
Shibuya Crossing e Templo Meiji Jingu
O cruzamento mais agitado do mundo fica em Shibuya e uma ida a Tóquio não ficaria completa sem o atravessar. Se quiseres ter uma vista mais privilegiada para tirar fotografias, há um Starbucks com dois pisos com uma boa perspectiva sobre o cruzamento.
Não muito longe de Shibuya, encontra-se o Templo Meiji Jingu que te faz esquecer completamente que estás numa das maiores metrópoles do mundo. Emoldurado por uma floresta verdejante, este templo é o meu preferido em Tóquio.
Takeshita Street, Harajuku
Depois das zonas mais tradicionais chegou a altura da Tóquio dos animes e jogos de arcada! Esta rua de nome controverso é um festival de coisas estranhas. Pessoas vestidas com cosplays, algodão doce gigante e todo o tipo de lojas de roupa, acessórios e objectos são algumas das coisas que podes encontrar aqui. Aos domingos esta rua explode de gente e é o dia mais intenso para visitar Harajuku!
Akihabara
Entre lojas de tecnologia gigantes, salas de jogos barulhentas e viciantes, maid cafes onde as empregadas cantam e brincam com os clientes e uma sex shop de 8 andares (M’s Pop Life), Akihabara é o paraíso para aqueles que querem explorar o lado mais tecnológico e vistoso (neons e placares luminosos não faltam) de Tóquio.
Templo Zōjō-ji e Tokyo Tower à noite
Este é capaz de ter sido o meu sítio preferido em Tóquio e foi o meu host, o Josey, que mo mostrou. À noite, o templo é o lugar perfeito para ver e fotografar o templo e a Torre de Tóquio iluminada. Juntos fazem o contraste perfeito entre o moderno e o tradicional.
Ver uma peça de teatro tradicional no Kabuki-za
Este foi um dos momentos mais aleatórios da minha viagem. Neste dia já me tinha encontrado com duas pessoas do Couchsurfing para visitar a cidade e não gostei particularmente de nenhuma. Na esperança de “à terceira é de vez” fui ter com um Israelita que estava ali nas redondezas. Conversámos, vimos o museu Sato Sakura (muito giro) e depois fomos ver uma peça tradicional que lhe tinham recomendado.
Este teatro vende bilhetes de última hora para a plateia em pé a um preço muito mais barato do que o normal. Quando chegámos comprámos os bilhetes e um ecrã com a tradução da peça, que partilhámos (é mesmo necessário!). Os lugares sentados estavam completamente lotados à excepção de dois e as pessoas que estavam ali à volta disseram para nos sentarmos. A medo, lá fomos, rezando para que os donos dos lugares não chegassem atrasados e se gerasse ali toda uma barracada. Tivemos sorte e conseguimos ver a peça toda, sentados (felizmente!).
Ora bem, quanto à peça em si… Foi interessante? Estranha? Algo cómica? Não sei bem! Adorei a experiência pelo seu lado cultural, mas a forma como eles falam é algo parecido com gatos com o cio, por isso é difícil levá-los a sério! Vale a pena pelo espectáculo, música e fatos!
Side Trips: Kamakura e Mount Fuji
A uma hora de comboio do centro de Tóquio está Kamakura. Antiga capital do Japão, é hoje uma das cidades mais turísticas do país por causa da sua história, templos e jardins.
Eu tive a sorte de ter o meu host como guia e fomos a dois templos e um jardim. Não tivemos tempo para muito mais porque estava TANTA gente que só para andar nas ruas demorávamos imenso! Aconselho-te a ir a um dia de semana.
Começámos pelo templo Zeniaraibente, uma meia hora a pé desde a estação de comboio. É um templo pequeno, com uma entrada particular, através de uma gruta e muito pouco turístico. Eu consegui ter habilidade para deixar cair os meus óculos de sol para o sítio onde as pessoas lavam o seu dinheiro num ritual religioso!
Depois fomos a outro templo, o Tsurugaoka Hachiman-gū – o templo mais importante da cidade – onde vimos um casamento meio Japonês, meio americano que se tinha tornado na maior atracção turística ali da zona. A minha parte preferida foram os jardins.
Por esta altura, já cheios de fome, fomos procurar um restaurante – o que se provou a tarefa mais difícil do dia! Com quase todos os sítios com filas de espera de uma ou duas horas acabámos numa hamburgueria num rooftop… Quão tradicional!
O último momento do dia foi também o mais bonito. O Hokokuji Bamboo Garden é um templo com uma floresta de bambu e uma atmosfera muito misteriosa. Um dos meus recantos preferidos no Japão.
Mount Fuji, ou quase
Estar no Japão e não ver o Mount Fuji é como ir a… tu sabes o resto. Desta feita meto-me no autocarro com destino a Kawaguchi, onde se situa o lago com a suposta melhor vista para o Monte Fuji. Só que não! Para ser justa, tenho que dizer que no Verão as probabilidades de ver o Mount Fuji são bastante rascas por causa do tempo, mas tinha que tentar a minha sorte. Apesar de não ter sido muito bem-sucedida, gostei de sair da cidade durante dois dias e de passear por sítios com muito pouca gente.
No hostel, conheci dois australianos que se tornaram os meus companheiros de viagem durante os dois dias seguintes e na manhã em que íamos embora lá consegui ver o topo da montanha por entre as nuvens durante dois minutos!
E foi isto!
Dicas rápidas
Alojamento: Para além do Couchsurfing em Tóquio, aconselho o hostel K’s House em Tóquio (Asakusa) e K’s House Mount Fuji. Os hostels japoneses são caros, mas são um luxo.
Transportes: Em Tóquio podes usar o Suica Card para todo o lado, incluindo Kamakura. Funciona como todos os outros cartões de transporte: pões um valor e vai descontando até não teres nada. Tenta andar o mais possível porque as viagens são bastante caras. Tóquio – Kamakura, comboio; Tóquio – Fuji, autocarro, Highway bus.
Wifi: Em geral, o Japão tem uma rede wifi pública bastante extensa e gratuita. Não acho muito relevante comprar um cartão SIM.
Refeições baratas: Uma das melhores coisas do Japão é a comida. Em Tóqui existem várias cadeias de restaurantes onde podes comer entre 500 a 800 yen. Estas são as minhas preferidas: Hanamaru Udon, Matsuya, Tendon Soba Udon, Yoshinoya, CoCo Ichiban, Family Mart ou 7 Eleven.
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