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Inglaterra,  Reino Unido

3 dias em Cornwall: “Who knew England could be so beautiful!”

Após 6 meses a viajar estava na altura de voltar para casa, mas ainda tinha mais uma paragem no itinerário: uma semana em Inglaterra. Nesta altura o meu namorado era inglês – conheci-o enquanto viajava pelas Filipinas – e já que o meu avião de volta estava comprado para Londres, juntei o útil ao agradável e decidimos fazer uma última viagem juntos.

Depois de um dia para ver o último episódio de Game of Thrones, dormir até ao jetlag passar, ver veados, lavar roupa, conhecer os pais dele e tudo isso, ainda desenhámos um plano rápido e improvisado e fizemo-nos à estrada.

Woburn Deer Park

Dia 1# – “Vão dormir nesse carro?”

Como uma viagem directa de Milton Keynes até Cornwall é um esticão, decidimos ir primeiro para os lados de Bristol, ficar uma noite por lá e depois continuar a descer. Ora, depois de uma viagem de 6 meses, ainda estava no espírito wild & free e disse: “Ah, vamos mas é dormir no carro!”. Mas foi claro que para os Ingleses isto não é assim tão simples! Enquanto na Nova Zelândia ninguém quer saber, simplesmente vais para um parque de campismo e dormes onde quiseres, em Inglaterra toda a gente espera que vás com tendas (do tamanho de casas) e equipamento digno de um profissional.

Quando chegámos ao segundo parque de campismo – o primeiro não nos aceitou por não termos tenda! – a senhora disse “vão dormir no carro? Nessa carro??” como se fosse um Smart! Lá a convencemos e depois de pagarmos 5 libras cada finalmente deu-nos um espacinho para pormos o carro.

O nosso parque de campismo 🙂

Passadas estas dificuldades infundadas fomos conhecer a zona e passámos pela Tintern Abbey, uma abadia em ruínas muito bonita e seguimos até Ross on Wye uma típica vila inglesa onde, inevitavelmente, acabámos num Pub.

 

Dia 2# – A pacatez de Millbrook

Contrariamente ao que as mentes mais sépticas agoiravam, dormi muito bem no carro! Já o Jimmy congelou um pouco porque, como mulher que sou, faço questão de roubar o édredon 😀

Começámos por visitar Bristol que foi uma das cidades que mais me surpreendeu. Não estava nada à espera de me identificar tanto com esta cidade, mas o facto de estar sol, ter o mar por perto e ser o berço do Banksy tornam-na muito apetecível.  Visitámos o SS Great Britain, um barco com mil e uma histórias e a forma como estão apresentadas é tão imersiva e interessante que tem de ser vivida!

Vestidos a rigor!

Depois fui apresentada a um Bacon&Egg roll, uma sandes de bacon e ovo estrelado acompanhada de batatas fritas que é capaz de explodir com os níveis de colesterol de qualquer um… Ah, a bela gastronomia inglesa! Ainda tivemos tempo para uma pequena caça ao Banksy, a rapariga do brinco de pérola é brilhante, e por fim já só nos faltavam 5 horas de viagem até Millbrook, Cornwall.

Assim que chegámos percebemos que estávamos num cantinho muito secreto de Inglaterra. Um pequeno conjunto de casas, um mini supermercado e um ou outro pub fazem Millbrook. O meu amigo, o Jamie, é um fanático do desporto e estava a treinar para o Iron Man por isso levou-nos para a praia ao pôr-do-sol para nadarmos… Ora, habituadinha a águas Tailandesas e Filipinas atrevi-me apenas a dar um mergulho de 3 segundos e voltar a correr para a praia. Mas estar numa praia completamente silenciosa e deserta foi perfeito.

Que bem que se está no campo… ou em Millbrook

O Jamie que conheci no Tongariro Crossing

Dia 3# – Unicórnios e Purpurinas

Para além de fanático do desporto o Jamie também é um fanático do pão! Por isso acordámos de manhã para um belo pãozinho caseiro e depois de enchermos o bandulho com ele fomos para o Eden Project, a atracção mais famosa de Cornwall. Este é um projecto que transformou uma pedreira, onde a terra era completamente infértil e agora é a casa de imensas espécies de plantas e árvores de todo o mundo. Duas cúpulas gigantes, uma tropical e uma mediterrânea levam-te para um lugar bem longe de Inglaterra.

A cantina deles tem de ser um dos melhores lugares de Inglaterra para comer com montes de opções saudáveis e deliciosas.

Newquay foi o nosso último destino do dia. Ao início não parecia muito promissor, parecia demasiado grande e barulhento mas ao chegarmos à zona das praias começámos a ver um padrão na multidão: havia bandeletes de unicórnios, purpurinas e muitos arco-íris. Estava a decorrer o Gay Cornwall. Mas o melhor de Newquay é a sua península, com uma vista fantástica sobre as falésias.

Já em casa usámos a massa do pão para fazer uma pizza deliciosa com pesto, tomates secos e vegetais. Tão bom!

Dia 4# – Cabo da Roca à Inglesa

No nosso último dia fomos a St. Ives, provavelmente a vila mais pitoresca de Cornwall, onde o pessoal estava todo maluco por que estava sol! Esplanadas e praias cheias, montes de pessoas na rua e casas dignas de um filme da Disney.

Uma amiga minha Portuguesa que vive em Londres também estava nas redondezas e encontrámo-nos em Penzance, onde os seus habitantes estavam a tentar bater o record mundial de maior concentração de Piratas. Parece que falharam por que havia gente que estava num pub e não foi à contagem. Típico.


Acabámos a viagem no Land’s End, o ponto mais sudoeste de Inglaterra, com uma paisagem muito semelhante à do Cabo da Roca e por isso, muito bonita. Acho que foi o lugar perfeito, até algo poético, para acabar os meus 6 meses pelo mundo.

Inglaterra tem muito mais para oferecer do que Londres!

Ps: A caminho de Bristol ainda fizemos um pequeno desvio para ver o palacete de Downton Abbey, o Highclere Castle <3

 

Alfacinha germinada e cultivada num cantinho à beira mar plantado, a Inês tem uma certa inquietação que não a deixa ficar muito tempo tempo no mesmo sítio. Fez Erasmus em Paris, trabalhou em Istambul e em Portugal, fez um mestrado em Creative Advertising em Milão e agora trabalha no Reino Unido. Viajar, criatividade, cozinhar, dançar e ler são algumas das suas paixões. A combinação de algumas delas deu origem a este blog, o Mudanças Constantes. Bem-vindos!

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