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City Breaks,  Suíça

Zurique e Lucerne: cheira bem, cheira a dinheiro!

Durante dois Verões seguidos, quando tinha 10 e 11 anos fui à Suíça com os meus pais. O meu primo trabalhava no CERN e aproveitámos essa oportunidade para visitar o que aquele país tem de melhor. Entretanto nunca mais lá pus os pés, tanto por achar que já tinha visto tudo, como por ser caro (muito caro!!) e ter outras prioridades.

Agora que estou a viver em Milão, a fronteira com a Suíça fica a uma hora de caminho, e acabou por se tornar num dos meus destinos preferidos para fugir à poluição de Milão e ter algum contacto com a natureza.

A primeira chance para visitar novamente o país surgiu porque um rapaz suíço que conheci no Bornéu tinha voltado para Zurique e me convidou para ir passar lá um fim-de-semana. E eu como não sou de dizer não a estas coisas, aproveitei e fui!

Zurique: Gente rica e o meu saco de dois euros

Cheguei a Zurique na minha charrete de luxo, ou como outros lhe chamam, autocarro Flixbus e fui deixar as malas a casa do Adi. Fiquei logo triste quando tive que pagar 9 francos por um passe de transportes de 24 horas para aquela zona.

Começámos por ir à floresta perto da casa dele, e os meus pulmões deram pulinhos de contentes. Depois, enquanto o sol se punha, começamos a descer em direcção ao centro, passando pela Universidade de Zurique onde até o Einstein estudou. Apesar da proximidade com Itália, a cultura Suíça está a anos-luz da vizinha. Tudo é calmo, os carros param nas passadeiras, as pessoas cheiram a dinheiro. Na parte antiga, tudo está bem conservado e bem pintado. E eu andava a ver tudo isto com um saco de pano todo desgraçado que comprei na Tiger a 2€.

Destacam-se a ópera, a igreja Grossmünste, onde podes subir ao topo, as ruas e lojas da Bahnhofstrasse e a maravilhosa Sprüngli, com os melhores chocolates suíços. Uma tablete pode custar 6 euros, mas prometo que vale a pena. E os bombons também!

À noite cozinhei uma mistela que era suposto ser Thai Fried Rice – eles disseram que ficou óptima – e tenho a dizer que a solução para sobreviver na Suíça passa definitivamente por cozinhar em casa. Como tínhamos a companhia de uma amiga do Adi ainda demos um saltinho a um bar. O cúmulo desta cidade é teres que comprar um bilhete diferente para os transportes nocturnos que custa 5€! Ao menos têm transportes…

Lucerne: Chineses e relógios à modica quantia de 200000€

No sábado tínhamos que escolher entre Berna e Lucerne para dar um passeio e acabei por escolher Lucerne, porque achei que deviaria ser a opção mais diferente de Zurique. Aviso já que um bilhete de comboio para uma viagem de uma hora custou-me o mesmo que o bilhete de autocarro de 4 horas de Milão!

Enfim, ultrapassada esta parte, fomos ver o centro de Lucerne que é particularmente famoso pela Chapelbridge, Kapellbrücke, a ponte de madeira coberta mais antiga da Europa, e o sítio perfeito para tirar fotos dignas de um conto de fadas. No centro histórico, são muitos os edifícios históricos pintados com figuras de grande detalhe.



Subimos até às muralhas de um castelo e até uma vaquinha carinhosa encontrámos. Como o Adi é de lá, aqui vão mais umas sugestões caso tenhas tempo: Subir ao Monte Pilatus, ouvir um concerto no KKL, fazer uma viagem de barco pelo lago e no Verão eles até nadam no rio!


Entretanto fomos almoçar, dei cerca de 10€ por uma sandes, e vimos um dos monumentos mais importantes da Suíça, o Leão de Lucerne feito em honra dos soldados suíços massacrados na revolução francesa. À volta para a estação, espreitámos a Jesuitenkirche, uma igreja com um órgão espectacular.

Comprámos um quilo de queijo para fondue (ia ser o jantar) e fomos a um centro comercial só de relógios, o Bucherer. À medida que íamos subindo de piso, os preços também iam subindo! Até que vimos relógios que custavam centenas de milhares de euros, e eu lá continuava com a minha mala de dois euros… também eramos quase os dois únicos europeus, todas as outras pessoas eram chinesas!

A noite prometia: tínhamos uma festa de anos em casa de uma das colegas do Adi, mas antes “fizemos” o fondue (aquilo é só derreter o queijo e partir pão). Muito sinceramente não acho mau, mas depois de 7/8 bocados já estava farta. Os outros resistiram mais tempo e lá acabaram com um quilo de queijo. A festa foi genial, era num apartamento super grande, com pessoas de todo o mundo, todos cientistas menos eu (!), com direito a doutorados a fazer de barmen e DJ’s.

No dia seguinte regressei a Milão com a promessa feita de que ia voltar em breve!

Alfacinha germinada e cultivada num cantinho à beira mar plantado, a Inês tem uma certa inquietação que não a deixa ficar muito tempo tempo no mesmo sítio. Fez Erasmus em Paris, trabalhou em Istambul e em Portugal, fez um mestrado em Creative Advertising em Milão e agora trabalha no Reino Unido. Viajar, criatividade, cozinhar, dançar e ler são algumas das suas paixões. A combinação de algumas delas deu origem a este blog, o Mudanças Constantes. Bem-vindos!

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