Entrei em modo “tenho que ver tudo antes de me ir embora!”. E deste que entrei neste modo não passo um único fim-de-semana em Milão. Como tem estado um calor estranho para a época, a escolha mais óbvia é ir para a costa.
E como Trieste e toda a zona da fronteira com a Eslovénia e Croácia era ainda um mistério para nós, a decisão não foi difícil de tomar.
Autocarros e Airbnb marcados no dia anterior, às 7 da manhã partimos para uma longa viagem de 6 horas. O primeiro dia estava destinado à descoberta de Trieste. Quando chegámos a primeira coisa em que reparámos foi no quão calma e silenciosa a cidade era. Adjectivos que raramente associamos a Itália.
Estávamos esfomeadas e prontíssimas para uma pizza no Fratelli la Bufala, mesmo ao lado do canal. Depois, passámos à acção!
Começámos pelo centro: Ponte Rosso, o imponente templo ortodoxo de San Spiridione, a Piazza della Borsa e por fim o Molo Audace, um pontão sobre o mar. Foi do pontão que, quando olhei para terra, vi as muralhas de um castelo e decidi que esse seria o nosso próximo destino.
Mas no caminho fomos surpreendidas pela inacreditável Igreja Ortodoxa Grega de San Nicòlo! Parece que no século XVIII havia uma larga e poderosa comunidade de gregos em Trieste e daí a herança ortodoxa da cidade.
Após a descoberta desta pequena pérola estava na altura de subir, subir e subir mais um bocadinho até à Cattedrale di San Giusto Martire. Também diferente das igrejas típicas Italianas, esta catedral destaca-se pelos seus mosaicos púrpura e interior modesto.
Já que estávamos no topo, demos uma espreitadela aos miradouros e no percurso de volta a “casa” ainda passámos pelo Teatro Romano. Entretanto já só pensávamos num banho e numa pequena pausa.
Deixámos o Porto Vecchio para último. Com uma história de 300 anos, o antigo porto de Trieste é um dos lugares mais interessantes e, ao mesmo tempo, arrepiantes que podes encontrar. Toda a área está ao abandono, as ervas daninhas tomaram conta dos antigos caminhos-de-ferro e a ferrugem invadiu tudo o que era metal. Também parece ser o local preferido de toda a população local para ir correr ou andar de bicicleta!
O nosso dia acabou com um belo pôr-do-sol sobre o mar <3
Sistiana: Let’s go to the beach!
É impossível falar em Trieste sem falar em Sistiana também. Toda a gente que conhece a região é apaixonada por esta pequena vila com um parque natural e praia. Apanhámos o comboio de Trieste até Sistiana (3.60) e meia hora a pé depois estávamos no mar. Dentro do mar!
A água morna e esverdeada chamava por nós e apesar de às 10 e pouco da manhã a praia já não ter quase espaço, valeu a pena pelo banho.
Mas é o Parque Natural, Sentiero Rilke, que torna Sistiana digna de uma visita. O caminho pedonal que vai de Sistiana até ao Castelo Duino é lindíssimo. Sempre à beira mar, com uma vista sobre os rochedos e castelo é uma maravilha!
Por isso, se alguma vez te encontrares por esta parte de Itália, já sabes: vai descobri-la antes que os outros o façam 😉
Dicas rápidas
Transportes: O autocarro de Milão para Trieste custou 18€ pela Flixbus. É um grande esticão, mas era a nossa melhor opção. Trieste está bastante perto da Áustria, Eslovénia e Croácia.
Trieste – Sistiana: Não percebo porque é que em todo o lado diz para apanhar o autocarro e não o comboio. O comboio demora 20 minutos e o autocarro quase uma hora. O comboio fica a 15 minutos a pé do centro, mas acho que vale a pena, principalmente se os horários corresponderem com os teus. O autocarro que liga Trieste a Sistiana é o 44 (apanhámos para voltar).
Alojamento: Em Trieste ficámos no B&B Guerrero Jr que descobrimos no Airb&b. Recomendo!