cape reigna nova zelandia
Nova Zelândia

Bay of Islands: Praias, sacos-cama, fim do mundo e um primo Belga

Ao contrário do resto da viagem, os nossos últimos dias na Nova Zelândia foram planeados em cima do joelho. Sabíamos que dia 26 de Maio tínhamos que estar em Auckland para um jogo de rugby – as coisas que eu faço pelo meu pai – e que dia 31 de Maio também tínhamos que estar em Auckland por eu tinha um voo para as Filipinas. Fazendo as contas, tínhamos 4 dias para explorarmos o Norte da Nova Zelândia.

Para esta última aventura na Northland decidimos adoptar um Belga que já tínhamos conhecido em Taupo. E ele não foi só adoptado por nós, mas também pela tia e primo da Mariana que vivem em Auckland. No dia em que nos fizemos à estrada já éramos todos primos e estávamos convidados para voltar sempre que quiséssemos!

O primeiro e último dia foram passados quase sempre a conduzir, mas mesmo assim conseguimos ver sítios fantásticos, chegar ao ponto mais a Norte da Nova Zelândia, ver montes de episódios de Prison Break no carro e até tomar banho na praia!

1º Dia – Waipu Caves & Whangarei Falls

De Auckland fomos directos para as Waipu Caves onde existem glowworms e não tem de se pagar entrada. Quando entrámos na gruta não vimos nada, achámos que devia ser noutro sítio e decidimos seguir pelo caminho que estava indicado. Mas mal! Andámos quase uma hora até chegarmos ao topo de uma colina com uma vista decente, mas nada de especial. Ao menos não fomos os únicos ao engano. Eventualmente lá percebemos que para vermos as glowworms tínhamos mesmo que entrar na gruta e caminhar pela água (gelada por sinal) e lá estavam elas, a brilhar que nem umas estrelinhas no céu! O sítio perfeito para um encontro romântico 😉

Copyright: BackpackerNZ

Acabámos o dia nas Whangarei Falls, umas cascatas de 26 metros rodeadas por flora típica da Nova Zelândia. Não muito longe daqui encontrámos um sítio gratuito para pernoitar, mesmo ao lado de um campo de rugby. Eu e a Mariana dormimos no carro, o Witze na sua tenda. Mas antes de dormimos começámos um belo ritual: ver um ou dois episódios da última temporada do Prison Break.


2º Dia – Mermaid Pools, Matapouri Bay, Whale Bay, Oke Bay

A nossa primeira paragem foi na zona das Mermaid Pools, que não conseguimos ver por estar maré cheia, e então seguimos para a Matapouri Bay e Whale Bay onde fizemos uma caminhada de meia hora pelas arribas com vistas fantásticas sobre o mar.

E depois de um picnic à beira mar já só parámos na Oke Bay. Começámos com uma pequena caminhada – o percurso total vai até ao Cape Brett , mas são 16.3km só ida e para isso não tínhamos nem tempo nem pernas. Por isso fizemos só 40 minutos no total e depois fomos tomar banho na praia deserta de Oke Bay, até porque já não víamos um chuveiro há quase dois dias e não íamos ver nenhum tão cedo.

depois do banhinho tomado 🙂

Neste dia não vimos casas de banho até à noite. Por isso não fiques surpreendido/a se tiveres que fazer da natureza a tua casa de banho!

À noite, todos os potenciais sítios que encontrávamos para dormir eram só para Self Contained Vehicles (Autocaravanas com casa de banho incluída) e ao terceiro desistimos e acabámos a fazer campismo selvagem. Tivemos sorte de não sermos apanhados porque a multa é de 200 NZD.

3º Dia – Karikari Peninsula, Te Paki Sand Dunes, Cape Reinga

Arrumámos as tralhas e começámos a conduzir até ao nosso primeiro destino: a Karikari Peninsula. Encontrámos um lugar junto ao mar no caminho para tomar o pequeno-almoço e depois lá alcançámos a nossa praia.  Éramos os únicos por ali o que deu imenso jeito para tirar umas boas fotos!

Vista ao pequeno almoço e escolher que barco queríamos 😀

Depois só nos faltava conduzir até ao Cape Reinga, mas pelo caminho vimos um sinal que dizia “Te Paki Sand Dunes” e achámos que valia a pena ir dar uma vista de olhos. E se valia! Não fazia ideia que a Nova Zelândia tinha um deserto do Sahara instalado lá no meio. A perspectiva de quem está a subir as dunas é que aquela tarefa vai ser impossível devido à verticalidade da escalada, mas com algumas paragens para acalmar o coração que teimava em querer sair pela boca, a coisa lá se faz. E a vista do topo é linda.

Claro que descer a correr ou a rolar pelas dunas é a melhor parte!

E ao fim da tarde chegámos ao Cape Reinga, o ponto mais a Norte da Nova Zelândia. As falésias e o encontro entre o Tasman Sea a o Oceno Pacífico tornam este lugar nalgo muito especial.

O nosso parque de campismo para esta noite era mesmo em cima da praia. E tinha duches! Duches frios ao ar livre em Maio ( = Novembro ). Mas ao menos era um duche! Fizemos um jantarinho e vimos o último Prison Break. Adormecemos com o barulho das ondas e acordámos com o melhor nascer do sol de sempre. Parecia que a cor do céu tinha oficialmente mudado para cor-de-rosa!

Prison break time!
We DO love NZ!

4º Dia – Despedidas

E porque viajar não é só coisas boas, mais uma vez tivemos que nos despedir: primeiro de um primo emprestado e depois da Mariana que não sei quando vou voltar a ver. Mas ficam as memórias de um mês inesquecível por um dos países mais bonitos do mundo.

O Witze, o Belga, ficou em Paihia para explorar um pouco mais a Bay of Islands e adorou.

Dicas rápidas:

Infelizmente não tivemos muito tempo para explorar esta zona. Existem tantas coisas para fazer! As Poor Knight Islands são um dos melhores lugares do mundo para mergulhar. Em Paihia, a maior cidade da Bay of Islands, todos os dias existem viagens de barco para observar a vida marinha da zona e visitar várias ilhas pequenas. No Verão é a melhor zona do país para ir à praia. Por isso, se tiveres tempo, dedica uns 5/6 dias a esta parte da Nova Zelândia que, na maioria das vezes, é ignorada.

Alfacinha germinada e cultivada num cantinho à beira mar plantado, a Inês tem uma certa inquietação que não a deixa ficar muito tempo tempo no mesmo sítio. Fez Erasmus em Paris, trabalhou em Istambul e em Portugal, fez um mestrado em Creative Advertising em Milão e agora trabalha no Reino Unido. Viajar, criatividade, cozinhar, dançar e ler são algumas das suas paixões. A combinação de algumas delas deu origem a este blog, o Mudanças Constantes. Bem-vindos!

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